O Instituto AGWA concentra suas iniciativas no Pantanal Brasileiro impactado pelo desastre do assoreamento.
O fluxo de sedimentos erosivos indevidos atinge as calhas do Rio Taquary e do complexo Paraguai e Cuiabá/São Lourenço, produzindo cenários diferentes.
No Taquary, ele provocou a mudança do curso do rio a partir do seu terço final. Alí as aguas abandonaram a calha e se espalharam, inicialmente, pela savana do Caronal e, depois, pelo cerrados e campinas do Payaguas, até atingir, pela borda norte, as águas do rio Paraguai, e centro e pela borda sul, a calha do Paraguai Mirim, assim desde a formação desse braço até a foz.
Nos Rios Paraguai e Cuiabá/São Lourenço não ocorreu a mudança de curso. O acúmulo de sedimentos nas calhas desses Rios expulsou parcela importante das águas, provocando inundação extensa e permanente de terrenos marginais ao longo da região atingida, Sul de Cáceres e Poconé até Corumbá.
O assoreamento teve início nos anos 60. É contínuo e está associado a ocupação econômica do planalto adjacente a planície pantaneira.
A inundação surgiu em meados dos anos 70, no complexo do Rio Paraguai e, no final da década, no Rio Taquary.
A invasão consolidada da areia nos rios e a consequente inundação que ela provoca em milhões de hectares (1 milhão do Taquary e 4 milhões do complexo do Paraguai) é marcada pela desocupação e inatividade econômica, ainda, em especial, pela consolidação de um processo de restauração natural na morfologia do meio.
Os impactos iniciais foram caóticos, traumáticos. Foram expulsos gado e gente. A riqueza das regiões atingidas, levadas pelas aguas. A cobertura de flora literalmente afogada no curso permanente da inundação. Parte do semiárido do Payaguas virou mar. O do Xarayes. O Payaguas dos Xarayes.
Dentre os cenários restaurados, o Payaguas dos Xarayes sobressai por sua incrível beleza. Imenso aquário a céu aberto. Jardim alagado de cores.
O Instituto AGWA atua em favor da preservação e conservação dos territórios alagados, tendo por base a geração de riquezas obtidas com a introdução de outras práticas econômicas, sempre ao abrigo da ocupação e uso sustentável e pela valoração (monetização) do patrimônio natural ali refeito ao longo das últimas décadas. Os projetos de preservação formulados pelo AGWA, em sua totalidade, são projetos econômicos. A geração de riqueza garantindo a preservação e promovendo a inclusão social.
O instituto AGWA também se preocupa em divulgar o assoreamento e seus efeitos visando conferir a esses eventos a real expressão que possuem e assim afastar da planície alagada, o silêncio danoso que o desconhecimento legou para o Pantanal e sua gente.