Moradores da região da Nhecolândia denunciaram ao Instituto Agwa um crime ambiental que pode trazer sérias consequências para o Pantanal. Eles encontraram um arrombado (boca aberta às margens do rio para escoamento das águas) na região conhecida como Caronal. A boca, possivelmente foi aberta nos últimos 4 dias, por pescadores clandestinos que agem na região.

O arrombado aberto no rio tem, aproximadamente, sete metros de largura e 40 centimetros de profundidade, permitindo o escoamento de grande volume de água do rio, que acaba invadindo áreas de pastagens e estradas da região.

No vídeo abaixo, morador conhecido como Traíra mostra a dimensão do arrombado clandestino.

Este outro vídeo abaixo, mostra o quanto as águas do Taquari já invadiram os campos e encobriram trechos de estradas que são utilizadas diariamente pelos moradores, que tem o caminho como única alternativa para escoar produção e receber mantimentos. Um trator arrasta o caminhão de entrega em estrada encoberta pela inundação causada pelo arrombado.

Um caseiro que mora próximo ao local, disse ter ouvido barulho de motores, possivelmente de moto-bombas, durante a madrugada, nos últimos três dias, mas afirmou que não pode verificar o que era porque não tinha como se deslocar até lá.

A região da Nhecolândia é uma importante área produtiva do pantanal onde moram centenas de famílias que dependem das estradas para se locomoverem. Assim como é visto hoje na região do Payaguás, os arrombados do Rio Taquari tem um grande poder de inundação de áreas de pastagens e matas nativas, por isso é necessário impedir que novas bocas sejam abertas pelo homem.

Uma boca aberta como essa, denunciada pelo ribeirinhos na região da Nhecolândia, pode causar danos irrecuperáveis no Pantanal e até a expulsão de moradores do local.

Região do Paiaguás alagada pelos arrombados clandestinos na região.

O Presidente do Instituto AGWA, Nelson Araújo Filho, que recebeu a denúncia, disse que pescadores clandestinos, muitas vezes, fazem arrombados às margens do Taquari para se esconder da fiscalização da Polícia Ambiental que percorre o rio frequentemente para coibir a pesca predatória. “Contra os arrombados naturais, criados pela força das águas, não há o que se fazer. Mas os que são feitos pelo homem, constituem um crime ambiental que já foi denunciado por nós dezenas de vezes, mas ainda não houve uma ação mais enérgica para coibí-lo. A região é de difícil acesso, por isso estes pescadores agem livremente sem se preocupar com os danos que esse crime pode causar e a extensão que ele pode atingir”, alerta o ambientalista.

Proprietários da região e entidades ambientais que ali atuam vão encaminhar a denúncia aos órgãos competentes e autoridades policiais para que seja investigada.

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