“O conceito de sustentabilidade foi abraçado pelo sistema industrial e pelo consumismo. O debate sobre como deveríamos viver em harmonia com a natureza, que é uma pergunta local, social, cultural e espiritual, foi reduzido à pergunta de como podemos diminuir nossas emissões. Paul Kingsworth.”

Por enquanto, vemos pessoas completamente desconectadas e sem nenhuma empatia seja por paisagens, paus, pedras, bichos ou gente somente monetizando e vendendo tudo o que podem se apossar, até onde sua vista (ou binóculos) alcancem…

Aplicando tais reflexões, para Corumbá, veremos que o localismo sempre será uma arma eminentemente de política de concentração urbana contra os cidadãos dispersos no Pantanal, que, bem ou mal, vivem em harmonia com a natureza.

Podemos ver fatos e propagandas em que os “socioambientalistas” associaram-se à máquina pública, deixando ser Não Governamental para virar Só Governamental.

Começam, com propósitos filantrópicos a destruir os últimos resquícios de resiliência das espalhadas populações tradicionais, mudando-as de lugar ou alterando sua simbiose de viver COM os recursos locais, impondo a escravidão de leis que proibem o uso DOS bens naturais, impossibilitando até mesmo a liberdade da pobreza abençoada.

Do lumpesinato urbano, escolhidos a dedo por especialistas virão os novos índios, quilombolas, ribeirinhos e camponeses fake que substituirão a cultura antiga, por entes trabalhados pela síndrome de que qualquer resistência será inútil diante da força e da crueldade dos novos conquistadores, que desejam reinar como barões encastelados em seus novos condados.

Sustentados regiamente com a parte da onça de tudo que se auferir com a manipulação e a maciça propaganda da tal sustentabilidade, abundantemente vinda da cornucópia da Universalidade do Globalismo.

Sátrapas que manterão o poder a ferro e fogo por milícias de guardas pessoais, que determinarão até o mais ínfimo detalhe o que deve- se pensar, como deve-se viver, procriar comer e até mesmo sonhar.

Neste oco do Pantanal será que vejo o Apocalipse?

Desde fevereiro uma fria brisa noturna mostra que se há aquecimento ele é um fenômeno mais urbano.

Esta última chuva extemporânea fez-me vir de longe ver uma portentosa florada dos cajus, tudo me leva a comemorar mais um novo período de chuvas, seguido de outro período de seca,

.Nada além de uma conspiração do Senhor do Universo, que observa e talvez até ria desta época de falsos profetas enquanto planeja restabelecer a harmonia ilusoriamente perdida no Pantanal.

Que todos possam voltar a desfrutar da solidariedade completa entre o orgânico, o inorgânico e a totalidade dos seres vivos, sempre obedecendo e aceitando os perpétuos fluxo e refluxo.

É o que mostrou ontem a vermelhidão do entardecer de Pantanal, já que segui os ensinamentos de Venâncio e Chô Malaquias, antigos leitores do Jornal do Céu, que não andavam em camelos, antes, garbosamente, um montava um branco mimoseano, outro um alazão estrela.

Armando Arruda Lacerda

Porto São Pedro

01/09/2022

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